Nos próximos anos, Estado terá quase três vezes mais parques que atualmente. Novo leilão trará ainda mais projetos. |
O Ceará detém o maior potencial de geração de energia dos ventos do País, e isso com apenas 17 parques eólicos em operação. Mas até 2016, o litoral e até região serrana do Estado devem transformar-se em um paredão de aerogeradores para a produção de energia limpa. Nos próximos anos, serão construídos por aqui, pelo menos, mais 33 empreendimentos, os quais já foram outorgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com isso, a quantidades de usinas no território cearense será quase triplicado.
A capacidade de geração de energia elétrica, que atualmente é de cerca de 521MW (mega-watts), ganhará mais 1000 MW com o início da operação dos novos projetos. Alguns deles terão capacidade de produzir sozinhos cerca de 45% do potencial atual. É o caso do parque eólico Maceió, que ficará localizado em Itapipoca, a 130 quilômetros de Fortaleza. A usina terá o poder de gerar 235,8 MW, o suficiente para iluminar uma cidade com mais de 200 mil habitantes. Outro grande empreendimento a chegar ao Ceará será o Eólio-Elétrica São Gonçalo (60 MW), o qual ficará encravado no município de São Gonçalo do Amarante.
Atração garantida
Para Adão Linhares, presidente da Câmara Setorial da Energia Eólica do Ceará, mesmo com a força com que Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte têm entrado na disputa por parques eólicos, nos leilões de energia, o Ceará manterá seu potencial e continuará atraindo projetos. "O potencial de geração eólica no Ceará e no Nordeste, destacando ainda a entrada do interior da Bahia, como a Chapada da Diamantina; continuará sendo o mesmo", garante.
Entretanto, ele alerta que para conseguir novos empreendimentos, não basta apenas ter ventos e um vasto litoral, características inerentes ao Estado. É preciso ainda existir um ambiente de estímulos para que o investidor tenha interesse em vir para cá com o mínimo de riscos possíveis. "Existem gargalos, mas o investidor precisa ver o Ceará como um potencial de menor risco, com menos burocracia. Também depende de o governo demonstrar um posicionamento maior de atratividade do que o existente", opina Adão Linhares.
Estímulos
Para ele, no intuito de chamar a atenção dos investidores, é essencial ainda que o Estado facilite a parte de infraestrutura para a instalação dos parques e indústrias, com o objetivo de formar uma cadeia de produção de equipamentos eólicos, aproveitando a logística do Porto do Pecém. "Também precisa melhorar os acessos na parte viária, para dar conta dos pesados carregamentos", sugere.
A quantidade de empreendimentos a serem construídos deve crescer ainda mais no fim deste ano, quando será realizado mais um leilão de energia. A Empresa de Pesquisa Energética recebeu 377 inscrições, 60 delas de eólicas que podem vir a ser instaladas no Ceará.
Gigante dos ventos
521 mega-watts, aproximadamente, é a capacidade de produção de energia eólica no Ceará atualmente. Este número deve crescer em 1.000 MW até 2015.
Fonte: Diego Borges, Diário do Nordeste.
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