segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vai cursar Gestão Ambiental? Conheça os bastidores da profissão


Com o assunto sustentabilidade em alta é comum a preocupação com o meio ambiente e maior fiscalização dos órgãos públicos sobre indústrias e outras empresas que possam agredir o planeta. Diante disso, o curso de Gestão Ambiental tornou-se procurado em universidades de todo o país. Mas, antes de conhecer a grade curricular, muitos estudantes não imaginam que o profissional precisa entender de legislação e matemática, e que os campos de atuação encontram-se principalmente nas grandes indústrias.

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Muito se vê na televisão e em outros meios de comunicação notícias sobre o cuidado com o planeta, projetos ecológicos e de combate à poluição. Atualmente, a maior parte das grandes empresas faz campanhas sobre sustentabilidade e se compromete a ter atitudes ambientalmente responsáveis. Por trás de cada uma dessas ações há um profissional de gestão ambiental que planeja e ensina à empresa a forma correta de agir.

De acordo com o coordenador dos cursos de Gestão e Engenharia Ambiental da Faculdade Oswaldo Cruz, prof. Dr. Ricardo de Gouveia, a preocupação com o ambiente tem aumentado e as indústrias precisam de profissionais qualificados para atender essa demanda. “A profissão está em alta por algumas razões, dentre elas o auge do tema sustentabilidade e o aumento da fiscalização sobre indústrias que trabalham com materiais ou serviços agressivos ao meio ambiente”, esclarece.

Segundo a professora universitária e consultora na área de planejamento ambiental e territorial, Agnes Fernandes, o profissional de gestão ambiental é requisitado pelo mercado por suas atribuições. “Esse gestor planeja, desenvolve e executa projetos que visam à conservação ambiental, tais como, programas de reciclagem e de educação ambiental. Pode ainda, realizar análises de poluição industrial do solo, da água e do ar e gerir a exploração de recursos naturais, elaborando estratégias de minimização de impactos ambientais”, diz.

Jovens que pesquisam áreas de interesse para ingressar na universidade têm se interessado pelo curso, aumentando a procura em instituições públicas e particulares de todas as regiões do país. Mas, devido ao conteúdo mostrado nas grandes mídias, a maior parte desses jovens não sabe que esse profissional estuda as leis, entende de matemática e depois de formado vai trabalhar principalmente em indústrias, e não estará em contato direto com o meio ambiente.

Segundo o professor Gouveia, para os cursos tecnológicos, o estágio não é obrigatório, porém os estudantes fazem questão de estar em contato com a profissão desde o início do curso. “Mesmo não sendo obrigatória a realização de estágio, os alunos costumam entrar no mercado de trabalho ainda na universidade. Não temos convênios, mas mantemos parcerias com as empresas interessadas para supervisionar os universitários”, diz.

Um dos ramos que mais emprega este profissional é o da indústria. Essas empresas costumam precisar de licenças ambientais, além de manterem projetos para evitar as agressões ao meio ambiente. O aluno que deseja cursar gestão ambiental deve ter em mente que vai trabalhar internamente nas organizações, seguindo a legislação e não vai atuar como um biólogo, em contato com a natureza. O professor Gouveia afirma que esse é o maior equívoco dos ingressantes da área. “O assunto é tratado de forma lúdica, por alguns meio de comunicação, mas o profissional tem um trabalho sério e diferente do que algumas pessoas imaginam”, completa.

Mas, de acordo com a professora Agnes, existe um leque de opções de trabalho nesta área. “É possível atuar em consultorias, em certificação, em educação ambiental, em planejamento, em recuperação e em docência”, esclarece. O profissional poderá trabalhar em diversas organizações, ter sua empresa de consultoria, planejar ou recuperar áreas degradadas e ainda, se quiser, dar aulas em cursos do ramo.

As regiões com mais possibilidades de atuação para gestão ambiental são as industrializadas. De acordo com o professor Gouveia, o sul e o sudeste costumam gerar mais empregos nessa área. “Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul reúnem grandes indústrias e oferecem um bom número de vagas para esse profissional, mas isso não significa que moradores de outras regiões ficarão sem emprego. O Brasil tem indústrias em diversos lugares que podem oferecer oportunidades”, declara.

Com um salário médio inicial de R$ 1500, o recém-formado pode atuar de ambos os lados da profissão, dentro das empresas ou nos órgãos fiscalizadores. Segundo o professor Gouveia, o aluno sai da universidade preparado para isso. “O curso ensina a lidar com questões ligadas ao controle e gerenciamento do meio ambiente, capacitando para desenvolver essas atividades ou para fiscalizá-las”, explica.

Fonte: Juliana Padalka - agência Hélice, especial para o Universia.

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