O Ministério do Meio Ambiente e representantes do setor empresarial e
da sociedade civil retomaram o debate a respeito das regras
que deverão nortear o descarte e a reutilização de resíduos industriais.
Inicialmente, serão definidas normas para coleta, separação e
reaproveitamento ou destinação adequada de cinco grupos de produtos:
eletroeletrônicos, remédios, lâmpadas fluorescentes, embalagens em geral
e
A expectativa do ministério é que as regras para o descarte desses
materiais esteja em vigor já no segundo semestre de 2012. A partir daí, o
cidadão terá informações claras sobre como e onde depositar os resíduo e
os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes terão que
observar normais mais rígidas de destinação adequada do lixo industrial.
Segundo o diretor de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente,
Silvano Silvério da Costa, além de contribuir para a preservação
ambiental, a implementação das novas regras vai impulsionar a reciclagem
no país, gerando novas oportunidades de desenvolvimento econômico e
social. “Hoje, o país recicla cerca de 13% dos resíduos, quando poderia
reciclar 30%. Um estudo do ministério mostra que o país, anualmente,
deixa de economizar R$ 8 bilhões por não aproveitar todo o potencial de
reciclagem das cadeias de vidro, plástico, papel, metais e alumínio”,
disse Costa à Agência Brasil.
Entre os especialistas, o recolhimento e o tratamento apropriados dos
produtos já consumidos ou dos resíduos decorrentes de seu uso são
chamados de logística reversa, importante instrumento da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada pelo Congresso Nacional no ano
passado e que, entre outros aspectos, unifica as leis existentes sobre
destinação do lixo.
Apesar de pouco conhecido da população em geral, o conceito de
logística reversa já é uma prática bem-sucedida em vários setores. Caso,
por exemplo, de acordo com o próprio ministério, das embalagens vazias
de agrotóxicos. Segundo o Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (Inpev), mais de 8 mil toneladas de embalagens vazias
de defensivos agrícolas foram entregues para o descarte ambientalmente
correto nos três primeiros meses deste ano, resultado 17% melhor que o
do mesmo período do ano passado.
De acordo com Costa, as novas regras serão discutidas pelos integrantes
dos cinco grupos de trabalho compostos por representantes do setor
produtivo e da sociedade civil. Na primeira etapa, os grupos de trabalho
definirão o modelo, determinando, por exemplo, como o processo será
custeado. Depois, será feito um estudo de viabilidade técnica e
econômica para as cadeias e definidos eventuais subsídios para a
convocação, pelo governo, de um acordo setorial.
Segundo Costa, os acordos terão o valor de um contrato firmado pelo
Poder Público com toda a cadeia de um dos cinco setores. “Há ainda a
possibilidade de o governo editar, se julgar pertinente, decretos que
regulamentem a atividade”.
Fonte: AgênciaBrasil.
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