quarta-feira, 2 de março de 2011

Poluição seria mais prejudicial ao coração que cocaína

Segundo belgas, exposição a tráfego intenso de veículos é razão principal


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar é “um sério risco ambiental para a saúde.

A poluição do ar pode provocar mais ataques cardíacos do que o uso de cocaína, segundo descoberta publicada nesta quinta-feira no periódico médico The Lancet. Fatores como stress, uso contínuo de maconha e infecções respiratórias também podem provocar ataques no coração em diferentes graus, mas a poluição do ar, especialmente para aqueles que estão expostos ao tráfego pesado de veículos, é a principal culpada.
Segundo o autor do estudo Tim Nawrot, da Universidade de Hasselt, na Bélgica, os resultados sugerem que problemas como esse, que afetam a vida de toda a população, devem ser levados mais à sério pelas autoridades. “Médicos costumam olhar individualmente para os pacientes. Mas o fato de não apresentarem fatores de risco não exclui a possibilidade de ataque cardíaco. Se esse é um fator prevalente na população, a relevância para a saúde pública é maior”, disse Nawrot.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar é “um sério risco ambiental para a saúde”. Estima-se que, em todo o mundo, ela seja responsável por 2 milhões de mortes prematuras a cada ano.
Para chegar aos resultados, o grupo de Nawrot combinou dados de 36 estudos independentes e calculou o risco relativo de ataques cardíacos a partir de vários fatores diferentes. A pesquisa mostrou que a maior taxa foi encontrada entre as pessoas expostas ao tráfego intenso de veículos, seguida de excesso de exercício físico, bebida alcoólica, café e de fatores como atividade sexual, raiva, uso de cocaína, maconha e problemas respiratórios. Os pesquisadores ressaltaram que fumantes passivos não foram incluídos no estudo.
“Entre os possíveis desencadeadores de ataques no coração, a cocaína é a mais provável para desencadear um evento em um indivíduo. A poluição do ar, porém, apresenta um maior efeito em larga escala, já que mais pessoas estão expostas a ela”, escreveram os pesquisadores.
Crianças - Outro estudo, conduzido por pesquisadores de Taiwan e publicado no periódico Pediatrics, também chama a atenção para os riscos da poluição atmosférica. De acordo com o estudo, pequenas quantidades de poluentes como o ozônio e material particulado (minúsculas partículas de fumaça produzida pelos automóveis) reduzem a capacidade respiratória dos pulmões das crianças.
Segundo a pesquisa, mesmo um pequeno aumento dessas partículas no ar seria suficiente para reduzir em 0,16 litro a capacidade pulmonar de uma criança de 10 anos, cujo pulmão tem capacidade entre dois e três litros. Informações do exame.

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