Com quase metade da matriz energética composta por fontes renováveis,
o Brasil tem potencial para ampliar a produção de energia limpa e
tornar-se uma potência energética mundial, disse o presidente da
Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto. “O País está em uma posição
estratégica excepcional, tem terra, água, sol, capacidade de trabalho,
tecnologia e vontade de colocar esses recursos a serviço da sociedade”,
ressaltou.
De acordo com Rosseto, que participou do seminário Sustentar XXI,
realizado nesta quinta-feira pela Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, neste momento a Petrobras produz etanol e
biodiesel em 14 usinas, uma delas em Moçambique, na África. Nos próximos
dois anos, a empresa planeja iniciar a comercialização do
biocombustível para avião. “No momento, já sabemos fazer o produto em
laboratório e em planta-piloto, só não temos ainda competitividade
econômica”, disse.
O executivo da Petrobras disse ainda que o Brasil pode praticamente
dobrar sua capacidade de produção de etanol sem necessidade de utilizar
novas terras. Segundo ele, hoje a produtividade brasileira é de 7 mil a
7,5 mil litros por hectare de cana, mas pode chegar a 12 mil litros
somente com a utilização de novas tecnologias. “É possível aumentar a
produção a partir do uso do bagaço da cana, com o açúcar das fibras de
celulose”, explicou.
Energia eólica
Outra fonte promissora de geração elétrica ainda pouco explorada no
Brasil é a eólica. De acordo com o diretor-presidente da Suzlon Energia
Eólica do Brasil, Arthur Lavieri, essa fonte, além de abundante, é
economicamente viável. Segundo disse, no último leilão realizado pelo
governo para compra de energia, a eólica foi a segunda mais barata.
“Perde só para as megausinas hidrelétricas”, garantiu. Nessa comparação,
fica 15% mais cara.
Lavieri explicou ainda que o potencial brasileiro de geração de
energia a partir dos ventos é de 350 mil megawatts. Atualmente, todo o
parque gerador instalado no País produz 113 mil megawatts. “O Brasil
poderá ser uma megapotência em energia renovável”, assegurou.
Apesar dessa enorme capacidade, a energia eólica contribui com menos
de 1% da energia produzida no Brasil, com uma produção de apenas mil
megawatts. A meta do setor é chegar a 5 mil megawatts em 2013. Para
2020, o projeto é responder por 10% do total.
De acordo com Lavieri, na Dinamarca a geração eólica pode atingir 53%
do total, enquanto na Espanha pode responder por 44%, dependendo dos
meses. Ele lembrou ainda que a Alemanha comprometeu-se a fechar suas
usinas nucleares até 2022 e investir nas fontes solar e eólica.
Demanda crescente
Os participantes do seminário também ressaltaram que a demanda por
energia nos próximos anos crescerá vertiginosamente. Somente no Brasil,
em 2020 o consumo pode estar 60% superior ao atual. No mundo, 20% da
população ainda vivem sem acesso ao serviço, o que corresponde a cerca
de 1,5 bilhão de pessoas.
Durante o seminário, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, deputado Giovani Cherini (PDT-RS), lançou o
programa Parlamento Zero,
que prevê o plantio de 22 mil árvores em vários locais do País. Segundo
estudos técnicos, esse número é suficiente para neutralizar a emissão
de gases causadores de efeito estufa resultante das atividades da Câmara
e do Senado.
Fonte: AgênciaCâmara.
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