Casas do CDHU sustentáveis. |
A partir deste ano, as unidades habitacionais construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU) terão como foco principal a sustentabilidade com base em soluções para diminuição de consumo energético, redução de emissões e resíduos, e menores custos e despesas com manutenção das casas. Até o final deste ano, a CDHU inicia a construção de 200 unidades habitacionais na cidade de Botucatu (100 quilômetros de Bauru).
O projeto, que será utilizado como base para a construção das casas térreas, foi planejado pelo escritório 24.7 de Campinas – dirigido pelos arquitetos Gustavo Tenca, Inácio Cardona e Giuliano Pelagio - escolhido através do concurso “Habitação para todos” – Concurso Nacional de Projetos de Arquitetura de Novas Tipologias para Habitação de Interesse Social Sustentáveis”, realizado pela CDHU e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) no final do ano passado.
Voltado para arquitetos de todo o País, o concurso teve o intuito de fomentar a produção de novas alternativas para moradias populares englobando viabilidade econômica, a sustentabilidade ambiental, a urbanidade e, obrigatoriamente, soluções de acessibilidade com base nos conceitos do Desenho Universal. Também concorreram projetos divididos em cinco categorias sendo: casas escalonadas, sobrados, edifícios de três, quatro e cinco pavimentos e edifícios de seis e sete pavimentos.
O projeto prevê a construção de casas térreas de dois e três quartos com 52 e 63 m2 respectivamente e com valor aproximado de R$ 52 mil e R$ 63 mil a unidade.
Entre as características apresentadas estão os “itens” de conforto térmico como a implantação Norte Sul, o correto posicionamento dos vidros, sistemas de exaustão de ar quente, massa térmica para aquecimento no inverno, paredes que ventilam sem perdas térmicas, pátios internos, ventilação permanente, coberturas inerciais, além de proteções solares. De acordo com o arquiteto Giuliano Pelaio, 90% da sustentabilidade de um projeto é alcançado exclusivamente através de decisões projetuais graças a correta interpretação climática do local e não pela especificação de materiais ecológicos. E neste projeto, não foi diferente, completou.
A parte interna das casas foi concebida de acordo com os módulos de acessibilidade, todos os ambientes possuem condições de deslocamentos, rotações e passagem para uma cadeira de roda, acesso em nível para o interior da casa, vãos das portas com 90 cm, ou seja, pensada no conceito de mobilidade reduzida.
Outras questões relevantes como iluminação e ventilação também foram contempladas desde a concepção do projeto. A casa possui um formato estreito e alongado, é constituída de dois “blocos lineares”, justamente para permitir o perfeito funcionamento da iluminação natural em todos os ambientes. A ventilação natural se dá através do correto posicionamento das aberturas e através da captação da ventilação fresca gerada pelos pátios projetados entre os blocos. Além de outras estratégias, o projeto bioclimático deve ser compreendido pelos usuários, já que também cabe a ele uma parcela significativa para que se atinja o conforto ambiental.
E por último, a diferenciação e a personalização das fachadas também estão inseridas no projeto visando o rompimento da monotonia causada pela repetição dos conjuntos habitacionais executados normalmente e que remetem à construção de várias casas iguais, como se todas as pessoas não possuíssem personalidade e gostos diferentes. Redação Natureza Melhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário