terça-feira, 15 de março de 2011
Crise nuclear faz disparar acções de energia limpa
Os problemas que o sismo de 11 de Março provocou em três reactores nucleares na central de Fukushima estão a levar o mercado a apostar em empresas de energias alternativas. A liderar os ganhos no índice europeu Stoxx 600 estão as empresas deste sector, com a Solarworld a disparar mais de 20%. A EDP Renováveis apcompanha o optimismo em torno das empresas de energias limpas, e valoriza 0,94%. É mesmo a única cotada a garantir ganhos no PSI 20.
"Nomes de empresas de energia eólica e solar poderão ser os potenciais beneficiários. Caso a energia nuclear enfrente maior oposição pública, acreditamos que as tecnologias de baixo carbono como a eólica e a solar serão favorecidas. Assim, e dado o sentimento, as acções relacionadas com aqueles temas poderão ser beneficiadas pelo mercado", referiu a equipa de analistas do Deutsche Bank num relatório.
Mas os ganhos não ficaram por aqui. A a espanhola Gamesa avançava 1,8%, depois de ontem ter valorizado mais de 5% . Nos EUA, onde os mercados ainda não abriram, a acção que ontem mais valorizou no S&P 500 produz semicondutores para utilizados na tecnologia solar. A MEMC disparou 11,23%. Também a First Solar teve ganhos avultados, subindo 5%.
Acções de empresas ligadas ao nuclear perdem em bolsa
A crise nuclear no Japão levou a quedas avultadas nas empresas ligadas à produção de energia nuclear.
As preocupações em torno do desastre nuclear no Japão penalizaram as acções de empresas que produzem energia nuclear e de cotadas que desenvolvem tecnologias para este tipo de energia.
Na Europa, a eléctrica francesa EDF descia 4,06%. A empresa opera 58 reactores nucleares em França e tem mais centrais deste tipo espalhadas pelo Reino Unido, EUA, Itália e China. Também a alemã E.On, que produz 15% da sua energia através de energia nuclear, não resistiu ao pessimismo sobre o sector. Cedia 6,11%. A outra eléctrica germânica, a RWE, perdia 4,12%.
Os responsáveis da Comissão Europeia mostraram-se preocupados sobre a energia nuclear e um responsável austríaco pediu testes às centrais espalhadas pela Europa. Apesar disso, os responsáveis pelas empresas que produzem energia nuclear tentam asseguraras autoridades e os cidadãos de que as centrais são seguras.
O pessimismo do mercado não abrange apenas a Europa. Nos EUA, a Entergy Corp, que opera 12 centrais nucleares, teve ontem uma das maiores descidas no S&P 500, desvalorizando 4,89%. Já no Japão, na sessão de hoje, a Tokyo Electric Power, dona da central de Fukushima, derrocou 24,68% e viu os prémios de risco da sua dívida disparar.
Também as empresas que produzem tecnologia para centrais nucleares, como a francesa Areva perdiam mais de 9%. A empresa fabrica reactores nucleares. A congénere japonesa Toshiba cedeu 19,46%.
"É obviamente um significativo recuo da chamada renascença do nuclear. A imagem de uma central de energia nuclear a explodir diante dos olhos num ecrã de televisão prevalece", referiu um antigo membro da Comissão dos EUA que regula a energia nuclear, citado pela Bloomberg. Redação Natureza Melhor.
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