O Greenpeace aproveitou a 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas para cobrar revoluções no setor energético brasileiro. Em um estudo ambicioso, chamado “Revolução Energética”, a ONG ambiental prevê que em 40 anos o Brasil pode ter 93% de sua energia vinda de fontes renováveis.
Atualmente 88% da eletricidade utilizada em todo o Brasil é proveniente de fontes renováveis. A maior parte dessa energia limpa é produzida em usinas hidrelétricas e, de acordo com o estudo do Greenpeace, mesmo com as mudanças essa ainda seria a tecnologia mais usada no país.
A expectativa da ONG é de que até 2050 os brasileiros estejam livres da eletricidade produzida em usinas termelétricas, movidas a óleo e carvão e que emitem grandes quantidades de gases de efeito estufa.
A proposta do Greenpeace é de que a revolução possibilite cobrir 93% da demanda energética brasileira somente com fontes renováveis. O artigo mostra que as hidrelétricas continuariam sendo as principais geradoras, com 45,6% do total nacional. Em segundo lugar nesse ranking estaria a energia eólica, com 20,3%, modo de produção que corresponde atualmente a somente 1% da demanda brasileira. A biomassa viria em terceiro lugar, com 16,6%, seguida pelas energias solar e oceânica, com 9% e 0,7%, respectivamente. O último tipo de produção a partir das ondas do mar, seria algo inédito no Brasil, por isso ocorre em uma quantidade ainda bastante pequena.
Apesar de usarmos atualmente um grande percentual de energia limpa no Brasil, chegará um momento em que as hidrelétricas brasileiras serão saturadas. O coordenador do estudo, Ricardo Baitelo, explicou que isso pode ocorrer nos próximos dez ou 20 anos e que exigirá investimento em novas matrizes. Para ele, esse é o maior motivo para se investir em biomassa e energias eólica e solar. Se isso não for feito, o país correrá o risco se tornar dependente das usinas termoelétricas.
As energias renováveis estão em movimento e isso tem gerado um barateamento, principalmente na energia eólica, que atualmente é a segunda mais barata do Brasil, perdendo apenas para as hidrelétricas. Mesmo diante dessas possibilidades de redução de custos essa revolução sugerida pelo Greenpeace precisará de muito investimento para se concretizar. A estimativa é de que a mudança custe R$ 869 bilhões. Mesmo sendo um valor alto, ainda está abaixo das expectativas do governo, que projetava gastar R$ 995 bilhões com a reestruturação energética brasileira. O relatório também contou com um pedido de exclusão das usinas nucleares dos projetos brasileiros.
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