quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Potencial para tecnologia verde é de US$ 10,5 bilhões"

Nicole Lamb-Hale veio ao Brasil
acompanhada de 14 empresas.
Para secretária americana Nicole Lamb-Hale, as oportunidades estão em áreas como construção, arquitetura, água e paisagismo."Essa é a vez do Brasil", ressalta a secretária-adjunta para indústria e serviços do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, Nicole Lamb-Hale, sintetizando o interesse de seu país na intensificação das relações comerciais. 


Em 2010, as exportações para cá somaram US$ 35,4 bilhões e foram 36% maiores do que as do ano anterior, deixando o Brasil como o oitavo destino das mercadorias americanas. A representante do governo veio ao país como chefe de uma missão comercial com 14 empresas e atendeu o Brasil Econômico durante curta passagem por Brasília antes de embarcar para o Rio de Janeiro onde foi palestrante da Windpower Brasil. Segundo ela, os Estados Unidos enxergam um potencial de US$ 10,5 bilhões no Brasil para aplicações na chamada tecnologia verde. 


Nesse sentido, as empresas americanas têm interesse em firmar parcerias sustentáveis nas áreas de construção, arquitetura, água e paisagismo. Paralelamente a essa pauta, a subsecretária veio ampliar entendimentos na área de energia, aí incluídos projetos de energia renovável, petróleo e gás, energia nuclear e também de eficiência energética. 


Qual a finalidade da missão que a senhora está chefiando?
Há 14 empresas de médio porte conosco e o foco delas é a tecnologia verde. Elas oferecem serviços de arquitetura, construção, de água e de paisagismo e estão muito empolgadas nas oportunidades que se apresentam aqui, pois veem o Brasil como um país muito progressista, que se apresenta como de vanguarda na área de construção verde e respectiva tecnologia. Prova disso é que já é o quinto em termos de construção verde no mundo.


Qual o potencial de negócios que as empresas americanas veem aqui? 
É difícil calcular um número exato para o tamanho do mercado para as tecnologias verdes porque abrangem diversos setores. No entanto, podemos estimar grosseiramente que o mercado potencial para as tradicionais tecnologias ambientais no Brasil é de US $ 10,5 bilhões. Isto inclui coisas tradicionais como água e tratamento de águas residuais, construção verde, engenharia e consultoria, mas, não, novas áreas como as energias renováveis e redes inteligentes. Nós sabemos que o Brasil está substituindo 65 milhões de metros de cabos elétricos com contadores inteligentes. Também o setor no Brasil de energia renovável está crescendo a uma taxa média de 18% ao ano. Com a energia eólica deverá crescer em 20% ao ano até 2030.


Um dos entendimentos entre os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff abrangeu o etanol...
Esse é, certamente, um objeto de interesse. Mas, neste momento, o diálogo estratégico de energia tem quatro áreas como prioridade que são renovável, petróleo e gás, nuclear e de eficiência. 


Qual o próximo passo?
Uma missão comercial é um dado concreto desses acordos assinados. Em setembro próximo teremos uma mostra comercial nos Estados Unidos, em Washington, para compradores de energia renovável e 15 empresas brasileiras devem comparecer. Francisco Sanchez estará no Rio, em outubro, e abrirá o primeiro pavilhão americano na conferência internacional sobre a exploração off shore de petróleo e teremos 176 empresas americanas presentes, 80% das quais já têm negócios em andamento no Brasil. 


O Brasil é a bola da vez?
Essa é a vez do Brasil. E desde que cheguei aqui vejo muitas provas disso. O apoio em prol da construção e da tecnologia verde é um exemplo. É possível perceber que existe empolgação nesse sentido e incluindo os eventos esportivos que estão por vir. E há também o crescimento da economia, a forte ascensão da classe média. É um milagre econômico. Há muita coisa para fazer dado que o Brasil é um país bastante inclinado para frente em matéria de tecnologia verde.


Uma das preocupações do governo brasileiro é não perder mercado americano, principalmente com a perspectiva de desaceleração da economia..
Eu acho que a economia americana está se recuperando. Acreditamos que o crescimento das relações comerciais continuará. E, sobretudo, com trocas mais calcadas em base tecnológica e que se concentram enfaticamente na inovação. É por isso que o diálogo estratégico em energia é tão importante para nós. A qualidade do nosso comércio vai melhorar em decorrência dessas iniciativas.


Fonte: BrasileEconômico.

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